terça-feira, 30 de junho de 2009

A ESSÊNCIA DO MEMORIAL

Este memorial descritivo tem como objetivo apresentar a minha trajetória acadêmica até a presente data. Para elaborá-lo, levei em conta as condições, situações e contingências que envolveram o desenvolvimento dos meus trabalhos aqui expostos. No decorrer de sua elaboração, procuro destacar os elementos correlacionados com as temáticas que proponho desenvolver no exercício da minha função acadêmica em uma instituição pública de ensino. Além, de considerar este memorial um trabalho auto-avaliativo, acredito que ele será um instrumento confessional das minhas possibilidades de concretizar o meu desejo de cumprir mais uma etapa intelectual de minha vida. Assim, conforme o objeto especificado, o seu propósito é servir de instrumento avaliativo da Banca Examinadora para o processo de seleção do Concurso Público de Provas e Títulos, na classe de Professor Assistente, do Centro de Formação de Professores, na matéria/área de conhecimento Ciências Sociais e Educação, de conformidade com o Edital de Abertura de Inscrição nº 01/2009, ao qual me submeto e procuro me orientar de acordo com as regras do referido edital.

Academia e a docência: os primeiros passos
Nesse sentido, pretendo nestas palavras, relatar e refletir sobre alguns momentos que julgo mais significativos de minha trajetória de vida, demarcando assim as posições, posturas e o meu olhar diante do mundo, especialmente do escolar e do acadêmico. É nesta abordagem de “exposição, escrita e invenção de si”, que me reconheço hoje sob novas configurações, novos traços e novos contornos de existência.
Enquanto filho de professora e aluno de escola pública (do ensino fundamental à universidade), aprendi a apreciar e “valorizar” o estudo, o espaço da escola e a figura da docência. Respeito, dedicação, responsabilidade, autonomia, diálogo e solidariedade eram e são noções e valores fundamentais oriundos de minha família e vividos na relação com a escola. Assim, foram nos espaços da família e da escola pública que me fiz gente, que me tornei pessoa, que me fiz curioso de conhecer a mim, os outros e as ‘coisas’ que me rodeavam.
O que me levou a optar e a me identificar com a área da Educação? Creio que tive influências da minha mãe, que foram significativas e decisivas para tal escolha. Lembro-me do contato de minha mãe com os textos e as atividades escolares dos seus alunos e de sua trajetória em busca de qualificação. Além disso, destaco a maneira como vivenciei com a minha mãe, irmãos e imãs, grandes educadores, a possibilidade de me fazer pessoa, de poder questionar, de ser escutado e compreendido. Tais aspectos não podem ser negados no que diz respeito, não só da opção de educador, mas, sobretudo, ao entendimento que tenho do ser educador.
Ingressei em março de 1982 no curso de Licenciatura Plena em História da Universidade Federal de Sergipe - UFS, em Aracaju. Objetivo efetivado, o meu primeiro desafio na condição de acadêmico foi conquistar a docência no ensino médio. Na época, iniciei minha carreira no magistério como professor de História do curso – magistério do ensino médio -, oferecido pelo Colégio Regional Cenecista Francisco Porto da cidade de Nossa Senhora das Dores, interior sergipano. O segundo desafio foi, por exigência do curso e de minha inquietude diante da observação dos fatos, o contato com as fontes primária e secundária, principalmente no tocante ao tratamento e coletas dos dados. Construir uma noção de história fundamentada nos aportes da Nova História e, na condição de historiador, adquiri contato com a historiografia em busca da construção dos fatos históricos. Para tanto valho-me das considerações de Thompson: (...) “ fatos” ou “evidências”, que certamente são dotados de existência real, mas que só se tornam cognoscíveis segundo maneiras que são, e devem ser a preocupação dos vigilantes métodos históricos. (...) o historiador terá que trabalhar arduamente para permitir que os fatos encontrem suas “próprias vozes”. (...) os fatos não podem “falar” enquanto não tiverem sido interrogados (Thompson, 1981. p. 40-49).
O ingresso na academia ampliou os vínculos com a ciência, bem como discussões e reflexões incessantes sobre a educação e a formação que marcaram/marcam profundamente minha concepção de vida como profissional e pessoa.
Academia e a pesquisa: a caminhada
Por razões estritamente profissionais e da contingência da vida e, na perspectiva de vislumbrar novos horizontes, fui obrigado a adiar a conclusão do curso de história. Em 1990, ingressei no recém instaurado curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Sergipe, tendo o privilégio de fazer parte da primeira turma. O ingresso no curso ampliou os vínculos com a ciência, bem como discussões e reflexões incessantes sobre a sociedade e os condicionantes econômico-políticos que marcaram/marcam profundamente minha concepção de vida como profissional e pessoa.
No curso percebi que o espaço da universidade pública oferecia diversas oportunidades de envolvimento e inserção. A partir do 4º semestre redimensionei minha postura teórica com a definição da temática de pesquisa direcionando-a para os movimentos fascistas, em especial, o movimento integralista. Garantia de inserção e o significado atribuído ao curso que escolhera. Identifiquei-[me com a proposta desenvolvida na perspectiva do materialismo histórico dialético], e, sobretudo à introdução as análises da participação dos intelectuais e a ação da Igreja Católica no processo de formação e consolidação do Movimento Integralista Brasileiro.
Tudo isso resultou em uma monografia intitulada “O Integralismo em Sergipe: os intelectuais e a ação da Igreja Católica (1933-1938)”, com a Orientação do Professor Drº. José Maria Oliveira Silva. Nesta dissertação trabalhamos o processo de formação e consolidação do Movimento Integralista Brasileiro – AIB -, destacando as contribuições dos intelectuais e das ações do clero sergipano. Tivemos o privilégio de apresentar para a comunidade científica a primeira pesquisa sobre o Integralismo em Sergipe e uma das poucas do nordeste, até então constantes na historiografia sobre o gênero.

Apresentamos como o Integralismo se estruturou em Sergipe num momento em que o país iniciava o projeto de modernização da nação em meio a crise mundial. A crise não se restringiu aos países de capitalismo mais avançado, e ficou claro que a economia e a política formavam uma rede complexa que englobava vários países. Movimentos e propostas políticas surgiram em vários lugares, inclusive no Brasil. Tentavam responder essas e outras questões, específicas de seus países. Um destes movimentos foi o Integralismo, que durante a primeira metade dos anos 30 mobilizou milhares de pessoas que tinham por objetivo "salvar o Brasil".

O movimento penetrou nas cidades e no campo, tornando o Estado sergipano um dos maiores focos de integralistas do nordeste. O movimento integralista foi, portanto, o primeiro movimento de massas organizado ocorrido no Brasil, conforme explicita Cavalari: “O Integralismo tornou-se, em curto período de tempo, o primeiro partido de massas do país. Possuía Núcleos organizados em todo território nacional, contando, em 1937, com mais de um milhão de adeptos”. (Cavalari, 1999, p.34)

O período de realização do curso foi um momento de muitas novidades e também de muito empenho, sejam através das leituras, discussões e ricos encontros com a orientação, através dos acompanhamentos, análises e procedimentos, em suma, a introdução ao mundo da pesquisa em ciência política. Nesse sentido, vale destacar o quão importante é a inserção do estudante, sobretudo na área de ciências sociais, junto às atividades de pesquisa, que certamente constitui um espaço para o desenvolvimento do espírito investigativo e da autonomia profissional.

A pesquisa e a pós-graduação: alçar vôos mais altos
Instigava-me conhecer melhor outras variantes do processo de formação e consolidação do ideário integralista em Sergipe. O movimento, para a propagação de suas propostas implementou uma série de ações políticas para a arregimentação das massas, para tanto, esboçou um projeto educacional pautado na concepção de educação integral. Foi com esta preocupação inicial que, ao ingressar no Mestrado em 1999, motivou a estruturação de minha nova proposta de investigação. Intitulada “O Integralismo em Sergipe: o projeto educacional e a propagação do ideário”, na dissertação fiz uma reflexão sobre o avanço do ideário integralista, a partir da estruturação do seu projeto educacional, enfatizando o papel das práticas educativas dos seus militantes como condicionantes da consolidação e de afirmação, enquanto partido político em Sergipe.
Neste sentido, a pesquisa focaliza as propostas educacionais impostas pelo Movimento Integralista como mecanismo de propagação de suas idéias, de sua consolidação e formação do núcleo provincial em Sergipe. O estudo referenciado fornece elementos que possibilitam explicar algumas características e justificações do autoritarismo, existentes no processo político brasileiro subsidiando a reflexão sobre o contexto político sergipano, especialmente, pela possibilidade de reflexão a respeito dos aspectos da prática de uma política autoritária, ainda muito presente, seja na atuação do Estado, seja na dissimulação de um liberalismo abstrato fundado em conceitos autoritários derivados de uma dominação oligárquica.
Durante a realização do mestrado na UFS, pude realizar o meu sonho de pesquisador ao desenvolver minha pesquisa institucionalizada no interior do Núcleo de Pesquisa Sociedade e Educação (NPSE), vinculado ao Programa de Pós –Graduação em nível de Mestrado e doutorado de Educação da Universidade Federal de Sergipe. Sua origem é derivada do Grupo de estudos e Pesquisas História, sociedade e Educação no Brasil (REDE HISTEDBR), sediado na faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas – São Paulo. Desde outubro de 1991, o grupo vem desenvolvendo um amplo programa de trabalho, tendo como objetivo ampliar o conhecimento histórico-educacional através do desenvolvimento da pesquisa histórico-regional. Entre 1992 e 1994, foi realizado o Projeto de Pesquisa “Levantamento e Catalogação de Fontes Primárias e Secundárias da Educação do Estado de Sergipe”, desenvolvido nas seguintes instituições: Biblioteca Pública Epifânio Dória, Conselho Estadual de Educação, Escola Técnica Federal de Sergipe, Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, Instituto de Educação Rui Barbosa, Biblioteca Central da Universidade Federal de Sergipe e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Deste trabalho, resultou, além do arquivo eletrônico, a publicação do “Guia de Fontes para o Estudo da História da Educação do Estado de Sergipe” e do I e II Volumes do “Catálogo de Fontes Primárias e Secundárias da Educação do Estado de Sergipe”. O Projeto de Catalogação de Fontes constitui um projeto permanente, atualmente desenvolvido no Arquivo Público do Estado de Sergipe e outras instituições, alimentando continuamente o Banco de Dados em educação, com a descoberta de novas fontes.
Na condição de pesquisador do grupo, apresentei o meu projeto de pesquisa, inclusive com publicações de trabalhos parcial e completo, nos seguintes eventos patrocinados pela REDE HISTEDBR:
1. III Seminário Grupo de Estudos e Pesquisas História, Sociedade e Educação de Sergipe, Região Nordeste, rede Histedbr. “Historicidade, Ética e Educação no Brasil”. Realizado em 2000 teve por objetivo intensificar as discussões e entendimento acerca da historicidade, ética e educação no Brasil, com destaque para a problemática dos impasses da formação humana na contemporaneidade e ampliar as possibilidades de geração de projetos e pesquisas conjuntos em âmbito regional em torno de temáticas de interesses comuns.

2. Colóquio Sociedade História e Memória. Realizado em 2002, objetivou divulgar junto à comunidade acadêmica a produção científica resultante dos 10 anos de existência do NPSE e oportunizar o intercâmbio científico entre pesquisadores, professores, alunos e demais interessados em pesquisas na área das Ciências Humanas.

3. VI Seminário Nacional de Estudos e Pesquisas História, Sociedade e Educação no Brasil, rede HISTEDBR “A História da escola Pública no Brasil” realizado em novembro de 2003, oportunizou ampliar os esforços, no sentido de promover o desenvolvimento das pesquisas em âmbito local.

Com relação ao VI Seminário Nacional de Estudos e Pesquisas História, Sociedade e Educação no Brasil, rede HISTEDBR “A História da Escola Pública no Brasil”, participei da Comissão Organizadora na condição de membro da Comissão Executiva e coordenei as sessões de comunicações científicas dos recortes temáticos História da Escola Pública e Escolas, Cursos e Programas Especiais.

A docência: o caminho da práxis

Minha trajetória no ensino superior começou em 1998, um ano depois que concluir o Curso de Ciências Sociais pela UFS. Participei da Seleção de contratação de professor para a disciplina Sociologia Geral do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Pio Décimo, quando fui contratado em março de 1998. A Faculdade Pio Décimo me permitiu um aprofundamento da práxis educativa, de forma a perceber as contradições do sistema educacional sergipano e brasileiro, bem como refletir sobre a necessidade do processo de formação continuada dos professores.

Lecionando a disciplina Sociologia Geral na academia aos alunos do Curso de Pedagogia do primeiro período letivo consegui colocar em evidência e ressignificar procedimentos das práticas educativas. Trabalhando os clássicos da sociologia – Durkheim, Weber e Marx -, na construção do objeto, comecei a defrontar-me com os problemas de aprendizagem em sala de aula. Minhas concepções pedagógicas pressionavam-me a superar o processo de transmissão do conhecimento, até porque, o contato dos acadêmicos com a disciplina visa fornecer referenciais teóricos com vistas a concepção e entendimento da realidade.

Minha identificação com o ensino superior levou-me a participar dos debates referentes à área, além de novos interesses pelos temas relacionados à educação e as ciências Sociais, tendo em vista minha investidura em cargo como docente na instituição de ensino superir. A docência no ensino superior, antes da entrada no mestrado, foi significativa na minha formação, na medida que me proporcionou a ampliação de conhecimentos e a necessidade de estreitar os meus laços com a pesquisa.
Atualmente, nesta instituição de ensino, além das atividades como professor de Sociologia Geral, Filosofia da Educação I, desenvolvo pesquisas na área de concentração História da Educação de Sergipe, Fontes e Memória no Grupo de Pesquisa História, Educação e Sociedade – NEPHES -, vinculado a Coordenadoria de Pedagogia.
Como membro do quadro de docentes desta instituição, participei dos seguintes eventos:
1. Palestrante do II Forum de Sociologia da Educação promovido Coordenadoria do Curso Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Pio Décimo em agosto de 1999 com a temática: “Educação, conhecimento e modernidade.
2. Coordenador da Mesa redonda sobre o Colóquio em comemoração do centenário do Educador Acrízio Cruz – conferencista Profª Drª Marta Vieira Cruz. 2006
3. Palestrante da 1ª Semana de Pedagogia – SEMAPE – “Desafios da Educação Contemporânea e formação do Pedagogo”, com a palestra Historicidade, Ética e Educação no dia 05 de outubro de 2007.
4. Atualmente estou na equipe coordenadora e membro da Comissão Científica da II Semana Pedagógica que foi realizada nos dias 08, 09, 10 e 11 de outubro de 2008. Tive a incumbência de ser um dos quatro conferencistas, com a publicação nos anais da referida conferência.
Faço parte também, do Núcleo de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão como professor das disciplinas Fundamentos Históricos e Filosóficos da Educação do Curso de Especialização Didática do Ensino Superior em nível Lato Sensu e Políticas Educacionais do Curso de Especialização em Direito Educacional em nível “Lato Sensu”.
O exercício das atividades docentes e de orientação: exigência salutar
Como a Faculdade Pio Décimo é uma instituição que tem o seu programa de formação acadêmica [graduação e pós – graduação lato sensu – especialização – e Extensão] tenho geralmente atuado em todos esses níveis, seja ministrando aulas, seja fazendo a orientação de alunos.
No campo específico do ensino devo dizer que, muito embora em algumas ocasiões tenha ministrado cursos cujos conteúdos estão na abrangência de minha área de formação, os meus esforços nesta área estão mais concentrados em duas disciplinas e suas áreas afins: Sociologia/História da educação e, sobretudo, Filosofia e História da Educação, com as quais sou mais identificado no meio acadêmico. No caso da disciplina Filosofia e História da Educação, procuro dar como referencial teórico comuns aos dois cursos a compreensão que se tem do Estado e Sociedade na dinâmica capitalista. Levo em consideração que a história da educação deve ser vista em seus dois planos: o das políticas públicas e o das construções pedagógico-didáticas. O primeiro envolve a relação entre Estado, educação e sociedade. Está relacionado aos projetos educacionais das diversas classes sociais, em particular para os projetos da classe dominante e dirigentes. O segundo plano, que diz respeito às construções pedagógico-didáticas, envolve ao trabalho prático e às teorizações das classes sociais quanto ao fazer pedagógico nas unidades escolares. Sem dúvida alguma, as reflexões das categorias de análise partem da concepção materialista dialética da história, que não é tarefa fácil.
No plano da orientação de monografias (em cursos de especialização e graduação), é notório que este trabalho se fortalece à medida em que a área de investigação vai ficando mais definida e consolidada; ou seja, na medida em que se percebe um maior amadurecimento acadêmico do docente/pesquisador. Merece, a título de ilustração, uma ressalva pertinente aos trabalhos monográficos. A monografia é um trabalho acadêmico que tem por objetivo a reflexão sobre um tema ou problema específico e que resulta de um processo de investigação sistemática. Segundo Bastos et al (2000, p. 12):

As monografias tratam de temas circunscritos, com uma abordagem que implica análise, crítica, reflexão e aprofundamento por parte do autor. Embora a monografia possa ser o relato de uma pesquisa empírica, o mais comum é que resulte num texto, produto de uma revisão de literatura criticamente articulada, que constitua um todo orgânico. A revisão de literatura não tem, portanto, um caráter aditivo e sim de integração de estudos sobre o tema abordado.

Assim esse tipo de produção acadêmica é realizada ao final dos cursos de graduação e pós-graduação, e difere das dissertações de mestrado e teses de doutorado quanto ao nível da investigação. Das últimas, é exigido um grau maior de aprofundamento de sua parte teórica, um tratamento metodológico mais rigoroso e um enfoque original do problema, dando ao tema uma nova abordagem e interpretação.
A análise cronológica do meu próprio currículum vitae demonstra isso. Embora as orientações de trabalho de conclusão de curso estejam especificadas no meu currículo, com base no limite máximo com a experiência que acumulei, merecem ser pontuadas algumas delas:
1. SANTOS, Ademir da Costa. Participação em banca de Ilene Fraga Góis Dórea. DÓRIA, Ilene Fraga de Góis. A Normalista Vanda Ribeiro: contribuições para a Educação em Buquim. 2005. (especialização em Psicopedagogia)- Faculdades Integradas de Patos/Mendonça Consultoria Educacional. Orientador: Ademir da Costa.. 2005. Monografia (Aperfeiçoamento/Especialização em Especialização Em Psicopedagogia) - Faculdade Integradas de Patos.

2. SANTOS, Ademir da Costa. Participação em banca de Maria Cristina Silva. SILVA, Maria Cristina. Lira Filarmônica: contribuições para Educação em lagarto (1923-1945). 2005. monografia (especialização em Psicopedagogia) - Faculdades Integradas de Patos/Mendonça Consultoria Educacional. Orientador: Ademir da Costa. . 2005. Monografia (Aperfeiçoamento/Especialização em Psicopedagogia) - Faculdade Integradas de Patos.

3. SANTOS, Ademir da Costa. Participação em banca de Rosimary Lima Santos. SANTOS, Rosimary Lima. A Primeira República e a Educação em Sergipe. Monografia (Licenciatura em Pedagogia) - Faculdade Pio Décimo. 2003. Orientador: Ademir da Costa.. 2003. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia Educação Infantil) - Faculdade Pio X.

4. SANTOS, Ademir da Costa. Participação em banca de Gicelma da Costa França. FRANÇA, Gicelma da Costa. Os Governos Interventores em Sergipe: um estudo sobre Educação e as transformações políticas em Rosário do Catete. Monografia (Pedagogia- Educação Infantil) - Faculdade Pio Décimo. 2003. Orientador: Ademir da Costa. . 2003. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) - Faculdade Pio X.

5. SANTOS, Ademir da Costa. Participação em banca de Elda Oliveira Cruz. CRUZ, Elda Oliveira. A Igreja Católica e a Educação em Rosário do Catete - SE. (1930-1940). 2003. Monografia (Pedagogia - Licenciatura) - Faculdade Pio Décimo. Orientador: Ademir da Costa. . 2003. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia Licenciatura) - Faculdade Pio X.

6. SANTOS, Ademir da Costa. Participação em banca de Clara Angélica Ferreira Souza. SOUZA, Clara Angélica Ferreira. O Governo de Leandro Maciel: Apontamentos sobre a Educação em Sergipe. 2002 Faculdade Pio Décimo. Monografia (Pedagogia - Licenciatura). Orientador: Ademir da Costa. . 2002. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) - Faculdade Pio X.
Os trabalhos mencionados desenvolvidos pelos graduandos dos cursos de Licenciatura em Pedagogia fazem parte do projeto implementado pelo Núcleo de Pesquisa História, Sociedade e Educação com o propósito de resgatar a História e Memória da Educação Sergipana. O projeto, na sua primeira fase em consonância com a disciplina Pesquisa em Educação II desenvolveu atividades de inventário das fontes nas cidades objeto de referência das pesquisas. As mesmas foram catologadas e estão disponíveis, até então, para os pesquisadores do Núcleo de Pesquisa da referida instituição e aguardando publicação.
A título de complementação, ministro aulas nos cursos de Pós-Graduação em nível Lato Sensu, conforme disponibilidade na Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe – FANESE, Faculdades Integradas de Patos – FIP/PB e no Instituto de Educação Superior de Educação de Cajazeiras - ISEC /PB. As disciplinas estão agupadas no eixo temático de pesquisa – História, Filosofia e sociologia da Educação, o que me possibilita um avanço constante na academia. Conforme explicitado em nível de crescimento intelectual, fui aprovado em 2º lugar no Concurso Público de Provas e Títulos para o Magistério Superior da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - Edital 028/2005, referente à disciplina ELABORAÇÃO DE TRABALHO MONOGRÁFICO. (22/10/2005).
Doutorado, futuro e as razões
Ainda quando procurava concluir a graduação em Ciências Sociais já percebia que Fascismo-Integralismo tem um campo, ainda pouco explorado, de pesquisa nas questões referentes à regionalização do movimento. Em função de essa preocupação estudar mais detalhadamente a origem do Integralismo em Sergipe, tomando como referências a participação dos intelectuais e o projeto de rearticulação do integralismo em Sergipe no pós-guerra e, em particular a história política sergipana, anseio em ingressar num curso de doutorado, que com certeza irá ampliar minha bagagem teórica e possibilitar que construa em mim um verdadeiro pesquisador da área de Ciência Política. Tenho desejo de pesquisar, explorar meu terreno, divulgar experiências e conclusões. Como disse anteriormente, acredito que a educação e os movimentos sociais se revestem de especificidades próprias que merecem ser pesquisadas.
Doutorado, a temática e as razões
O tema do meu projeto de doutorado aparece a partir da minha vivência acadêmica e profissional em Academias e Grupos de Estudos. Foi um pouco a partir do meu propósito de me consolidar como pesquisador e de certa forma, contribuir para o resgate da história e memória do processo político sergipano que elaborei o projeto de pesquisa intitulado: Os Intelectuais e o Integralismo: redemocratização e a formação do partido de representação popular em Sergipe (1947-1965), que esta proposta de estudo tem como objeto analisar o processo de rearticulação do movimento integralista através da formação do Partido de Representação Popular (PRP) em Sergipe no período de 1947 ate 1965, tempo de atuação dessa legenda, destacando as investidas e as práticas políticas dos intelectuais e da Igreja Católica. Assim, a presente proposta de estudo está inserida em uma discussão sobre o movimento integralista, especificamente ela vem abranger a discussão do processo de redemocratização do país exposto pelos intelectuais via Partido de Representação Popular, legenda pela qual o movimento integralista veio a se rearticular no período posterior ao fim da Segunda Guerra Mundial.

Com efeito, o desconhecimento das singularidades do Integralismo em Sergipe é uma lacuna que precisa ser sanada. Defendemos a tese de que a presença atuante dos intelectuais através de seus mecanismos de ação, principalmente a Igreja Católica, como organizadores da sociedade civil, foi capital para o sucesso do Integralismo pós-guerra em nível local. Quando falamos na atuação dos intelectuais nos referimos a atores responsáveis pela organização da sociedade civil, principalmente no período de redemocratização país e do Estado de Sergipe.
Nesse sentido, este projeto de pesquisa pretende-se, portanto, a dar mais uma contribuição para compreender o processo político sergipano, direcionando o foco para as ações políticas implementadas pelos intelectuais.
Tamanho desafio exige, no mínimo, o fio condutor desta empreitada em um sentido mais específico, de contribuir para construção do saber histórico sobre um objeto por demais amplo. Reconhecendo a magnitude dos trabalhos dos pesquisadores sergipanos desenvolvidos sobre o processo político no pós-guerra, sem dúvida alguma, ele se somará aos demais, porém como forma de suscitar novas indagações, provocar um repensar das abordagens históricas das instituições e práticas políticas. São por meio da compreensão desses processos históricos que se podem entender os itinerários intelectuais daqueles que pensaram o país e os desdobramentos desses estudos nas demais áreas do conhecimento, especialmente no itinerário político sergipano.
Percebemos então que a rearticulação do movimento integralista foi realizada sob a bandeira do Partido de Representação Popular devido aos fatores, circunstâncias, que envolviam o processo de “redemocratização”. Salgado percebeu essa necessidade de adequar-se à nova conjuntura:
“não reabrimos o nosso antigo Partido Integralista, mas estamos todos os seus adeptos, com raras exceções, em plena atividade no Partido de Representação Popular, o qual, adotando os princípios filosóficos do integralismo, atualizou o programa, sem fugir às normas da constituição da República e das circunstâncias modernas."
A docência e o futuro
Independente do qual venha a ser o resultado do processo de seleção do Concurso Público de Provas e Títulos, na classe de Professor Assistente desta instituição e independente do nome que receba este texto – denominado aqui de memorial -, ainda assim penso ser impossível deixar de pensar em uma perspectiva futura.

O impacto de um conjunto de transformações nas ultimas décadas do século xx já evidenciaram a necessidade de uma transformação e de novos papéis da atividade educacional (em todos os níveis) e, em especial de novos papéis para seu agente principal - o professor. Para tanto, não vou entrar no mérito da discussão do papel do professor como agente de mudanças diante da sociedade da informação, até porque suscita amplo debate. Nessa perspectiva, as metodologias e suas técnicas devem, pois, estar contextualizadas e em harmonia com a realidade oferecida, e para tanto, faz-se necessário ao professor, além do conhecimento de teorias, métodos e técnicas, ser criativo e buscar compreender e respeitar as perspectivas dos alunos.

Com isso apenas quero pontuar que o meu trabalho de investigação deve ter uma continuidade a partir do que já foi realizado até aqui. Se o meu campo de pesquisa diz respeito ao pensamento social, elites intelectuais, religiosas e políticas e o que isso tem de significado para o desenvolvimento das pesquisas, então a minha trajetória acadêmica passa, antes de tudo, pela compreensão dessa incumbência, que sem dúvida alguma estará afinada com o objetivo primeiro da academia, pertinentes ao ensino, à pesquisa e à extensão que, indissociáveis, visem à aprendizagem, ou seja, o de desenvolver estudos e pesquisas e formar profissionais habilitados para este fim. Este objetivo tem como referência o contexto histórico-político da sociedade e as condições específicas da região, requerendo cooperação permanente de outras instituições educacionais e com variadas áreas de conhecimento. Portanto, nesta instituição de ensino pretendo consolidar a minha formação de pesquisador e professor, buscando contribuir com a consolidação da pesquisa científica no Brasil.

Ademir da Costa Santos
Aracaju, 10 de junho de 2009.

Referências Bibliográficas
BASTOS, Lília da Rocha et. al. Manual para elaboração de projetos e relatórios de pesquisa, teses e dissertação. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 2000.
CARVALHO, Marta Maria Chagas. Pedagogias da Escola Nova, produção da natureza infantil e controle doutrinário da escola. In: FREITAS, Marcos Cezar; KUHLMANN JR., Moisés (Orgs). Os intelectuais na história da infância. São Paulo: Cortez, 2002
CAVALARI, Rosa Maria Feiteiro. Integralismo: ideologia e organização de um partido de massa no Brasil (1932-1937). Bauru (SP): EDUSC, 1999.
CRUZ, Marta Vieira (Org.). Catálogo de Fontes Primárias e Secundárias da Educação do Estado de Sergipe. São Cristóvão (SE): UFS/NPSE; Recife: Liceu, 1999
SALGADO, Plínio. (1945) O Conceito Cristão de Democracia. Coimbra: Edições Estudos
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 22ª Ed. São Paulo: Cortez, 2002.
THOMPSON, E.P. A Miséria da Teoria. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981

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